Hospital Israelita Albert Einstein no Pacaembu: missão cumprida

Da Redação

Após a redução no número de internações de pacientes diagnosticados com a Covid-19 e a cidade de São Paulo apresentar indicadores positivos para avançar para a fase amarela da flexibilização, no Plano São Paulo, e alcançar a taxa média de ocupação de leitos de UTI Covid-19, em 59% na rede hospitalar municipal, a Prefeitura encerrou as atividades no Hospital Municipal de Campanha do Pacaembu.

Gerenciado sob Contrato de Gestão pelo Einstein, em 06 de abril, o HMCamp delineava mais um capítulo na história da pandemia do novo coronavírus no Brasil. O início das suas operações representou um marco importante na resposta para o enfrentamento da Covid-19 no país, pois foi a primeira estrutura neste formato em território nacional implantada pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), cuja missão era desafogar o sistema de Saúde, servindo de exemplo a iniciativas semelhantes que surgiriam em outros estados. Construído em caráter emergencial em apenas dez dias, o espaço de 6,3 mil m² destinava-se a receber pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19 de baixa à média complexidade, encaminhados após avaliação em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) do município.

Diante do desafio de desenvolver algumas ações na tentativa de diminuir a pressão por internação de pacientes nos leitos dos hospitais municipais, a Prefeitura de São Paulo em conjunto com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein decidiu por replicar um modelo já utilizado no exterior, que era a criação de hospitais de campanha. Estes locais recebem pacientes que não devem permanecer em casa, mas que também não precisam ficar internados em um leito de hospital tradicional, que deve ser reservado aos casos mais graves.

Para executar o projeto com a agilidade que o momento exigia, contou-se com a atuação da Progen Engenharia, que é controladora do consórcio Allegra Pacaembu, para a execução das obras.

Em pouco mais de uma semana, o HMCamp estava pronto para começar a funcionar. O hospital de campanha ocupou todo o gramado do Estádio do Pacaembu e foi formado por duas tendas. Em seu interior, os 200 leitos, sendo 8 de estabilização – ou seja, com estrutura para cuidados intensivos, ficaram divididos em dez enfermarias com vinte leitos em cada uma.

Para a operação, foi necessária a dedicação de 588 profissionais, que compunham um time multidisciplinar com médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, biomédicos, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, além do envolvimento de áreas diversas, como o administrativo, limpeza, logística e segurança.

Vidas salvas como a maior vitória

Desde a sua inauguração em 27 de abril de 1940, o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho é um patrimônio da cidade e faz parte da vida da população de São Paulo.

Acostumados a presenciar grandes eventos no local, principalmente os jogos de futebol, os paulistanos não poderiam imaginar que o Pacaembu completaria 80 anos num cenário absolutamente excepcional: sediando um hospital de campanha sobre o seu gramado.

Apesar do ineditismo, pode-se contabilizar uma grande vitória nesta jornada de combate à epidemia do novo coronavírus na capital paulista.

Desde a inauguração, foram recebidos 1.508 pacientes, 405 utilizaram a sala de estabilização (estrutura de terapia intensiva), sendo que 91 necessitaram de intubação para ventilação mecânica. Do total de casos que passaram por lá, 54% eram do gênero masculino e 51% idosos, com taxa de sobrevida de 99,8 %, já que ocorreram somente 3 óbitos.

Com tempo médio de internação de 5,2 dias, 1.212 já tiveram alta hospitalar. No decorrer destes mais de três meses de operação, o HMCamp do Pacaembu foi ganhando iniciativas voltadas à humanização no cuidado com o paciente.

Uma das ações implementadas foi o contato por vídeo entre a pessoa internada e seus familiares, resultando em 713 video-chamadas. Ao total, foram 11.129 ligações telefônicas e boletins médicos fornecidos aos parentes.

*De acordo com o secretário Municipal da Saúde, Edson Aparecido, com o encerramento das atividades no HMCamp Pacaembu, pode-se considerar que este projeto deixa como legado para a cidade de São Paulo e o sistema de Saúde pública muitas vidas salvas e pacientes vitoriosos, que só puderam vencer a Covid-19 com o apoio e a dedicação da equipe orientada por garantir a qualidade, a segurança e a humanização no tratamento. “Essa estrutura foi muito importante e permitiu a proteção, a saúde e a cura de centenas de pacientes da capital e de outros municípios”, explicou o secretário.

O gestor municipal acrescentou ainda que para a entrega deste equipamento, a administração municipal investiu o total de R$ 23 milhões, destes, 7,1 milhões serão doados em equipamentos para três hospitais municipais da Zona Leste: São Miguel, Cidade Tiradentes e Itaquera.

Powered by WP Bannerize

Powered by WP Bannerize

Powered by WP Bannerize

Powered by WP Bannerize