Muitos dos preconceitos da nossa sociedade são expostos em formas de brincadeira. É comum alguém fazer uma piada ou provocação e depois falar que não tinha a intenção de ofender, que se tratava apenas de uma chacota. Nas redes sociais, onde muitas vezes somos protegidos pela distância e o anonimato, essa prática é ainda mais comum.
Bruno Xavier, do Paraná, foi um desses que resolveu brincar com coisa séria. Ele, que ostenta um documento, que é uma espécie de passaporte do III Reich, que lhe dá um “título nazista”, foi acusado de enviar áudios idolatrando o regime que exterminou seis milhões de judeus e outras milhões de pessoas na Segunda Guerra Mundial.
Seu discurso nazista virou até ameaça de morte, quando se dirigiu a um idoso: “Vou te colocar na câmara de gás, seu velho judeu, imundo”. Para agravar a situação, ele é filho de desembargador do TJPR, o que, em tese, deveria ter lhe dado mais senso de justiça. Após uma busca da Polícia Federal – afinal, apologia ao nazismo é crime –, ele gravou um vídeo dizendo que assumiu o erro e que tudo não passava de uma “brincadeira de mau gosto”, uma “zoação”.
Não se pode brincar com coisa séria. Como já reportamos aqui, ataques nazistas têm aumentado exponencialmente no país, e esse tipo atitude só ajuda a validar essa violência. Por isso, temos que cobrar sempre as autoridades, para que atos assim não passem sem punição.