Dois acontecimentos recentes vindos do Sul do país preocuparam as entidades locais, soprando ventos desagradáveis neste final de primavera. O primeiro ocorreu em Porto Alegre. A Federação Israelita do Rio Grande do Sul emitiu nota de repúdio à conduta da esposa de um dos candidatos à Prefeitura da capital gaúcha. Valéria Leopoldino, casada com Sebastião Melo, compartilhou um vídeo onde comparava o atual prefeito, Nelson Marchezan Jr., ao nazista Adolf Hitler.
Para a entidade, Valéria banalizou os horrores do Holocausto para atacar o adversário de seu marido, ofendendo a comunidade judaica. A federação ressalta, inclusive, o que o próprio candidato ofendido já havia denunciado mais cedo em suas redes, que o conteúdo do vídeo é falso, haja vista sua fala ter sido tirada de contexto.
No segundo caso, a Conib e a Associação Israelita Catarinense (AIC) divulgaram nota conjunta afirmando que são preocupantes os relatos na imprensa de que o pai da governadora interina de Santa Catarina, Daniela Reihner, é simpatizante do nazismo e do genocida Adolf Hitler. O pai, Altair Reinehr, professor de história, já escreveu textos em que relativiza o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.
Uma fotografia dele, em frente à casa onde nasceu Adolf Hitler, em Braunau am Inn, na Áustria, ilustrou um texto no qual ele reclama de que “nem é permitido lembrar obras reconhecidamente positivas” do ditador nazista.
Banalizar e relativizar o Holocausto são duas práticas inconcebíveis. Esperamos que os próximos ventos que soprarem do Sul sejam mais amenos e não carreguem ideias tão descabidas.